4 de dezembro de 2015
18:37

OFICINA PARA ALÉM DA PORTA

Durante uma semana, o Galpão Bela Maré se transformou numa verdadeira fábrica, que delícia lembrar. Cubos de madeira, esquadros, cartolinas, lixas, poeira, alegria, olhares atentos ao redor; era preciso perceber, acessar, sinalizar, cartografar, visualizar e fazer da 4ª edição da Oficina de Arquitetura do Travessias “algo que vai além da porta”. É como disse o arquiteto Pedro Évora, que direcionou as atividades, realizadas entre os dias 31 de agosto e 4 de setembro.

Dessa vez, foram mais de 40 estudantes que botaram a mão na massa e montaram o novo Modelo Vivo da Maré, a maquete que ocupa o mezanino do galpão – já cresceu até as paredes! Os participantes foram divididas em 6 grupos, cada um responsável por um “pedaço” da região. O objetivo comum? Revelar a favela como parte da cidade e ampliar as fronteiras da representação do território, que começou a ser construída no primeiro Travessias.

“Assim, o projeto mostra que é ativo, e não um gesto de espetáculo; é quando transformamos a cidade através da cultura, ultrapassando o espaço do galpão”, acredita Pedro. Pra ele, uma das características mais impressionantes da região é sua densidade.

“Como as casas assumem o papel de lugar de convivência, na ausência de espaços públicos suficientes, as pessoas se tornam muito mais próximas, o que dá à Maré um potencial de criação de soluções urbanas incrível. É muito mais fácil engajar seus moradores – mais de 130 mil pessoas – em projetos de melhoria dos bairros, como a implantação de telhado verde nas lajes, que mobilizar moradores de Copacabana, vizinhos de prédio”.

Como o intuito do Pedro e dos estudantes é construir uma maquete do Rio de Janeiro começando pela Maré, ainda falta muito trabalho, apesar dos avanços em 2015.

Então, que venha a próxima oficina!

 

Por Glenda Almeida / 14