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MARÉ DE ANFITRIÕES
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“É uma bagunça gostosa”, disse a Márcia sobre o Travessias. Ela é aquela moça do “bom dia!”, que recepciona os que chegam ao Galpão pra uma oficina, festa, exposição, lembra?
Nascida no Morro do Timbau, de mãe capixaba e pai cearense, Márcia leva sua história consigo, e seu sorriso, sempre que é chamada pra trabalhar com a gente. Mora na Maré, nada contra a maré, não tem nada contra a Maré, é diarista; verdadeira anfitriã.
“No Travessias, a gente ri, já com uma saudade, e eu penso ‘poxa, que pena, ninguém pra perturbar meu juízo'” – além de seus 3 bisnetos, 5 netos e 2 filhos.
Pra todos os que vêm de fora, e aceitam o convite do Galpão, Márcia deixa a mensagem: “aqui tem coisa boa sim, olha só isso!”.
Aliás, são várias coisas boas: uma delas é, se bater a fome, partiu churrasquinho, a especialidade de outro grande anfitrião da Maré, o Antônio.
Acredita que ele trabalhou na construção da Ponte Rio-Niterói em sua chegada à Cidade Maravilhosa? Na vida, foi de tudo um pouco: carpinteiro, manobrista do Copacabana Palace… Até se especializar na arte da brasa, só mais tarde, começando lá pelas bandas do Maracanã… Desde então, onde tinha festa ele ia – e continua indo! Guarda de cor o calendário cultural da cidade. Não perde um evento, muito menos pertinho de casa.
“Na beira da rua o trabalho é correria, mas recebo bem as pessoas. Só não dá pra dar mais bola é pros estrangeiros, que não falam nossa língua”.
Pra ele, tudo de bom tá na favela.
Tipo os quitutes da Virgínia, experimenta! Ela é a anfitriã que deixa as tardes de Travessias mais açucaradas, quando seu carrinho bem-servido de bolos e tortas passa. Ela veio da Baixada, vendeu doces no sinal, até que aprendeu com uma vizinha sua primeira receita especial: bolo de cenoura. Testou, refez, aprovou, vendeu, empreendeu.
“Me sinto orgulhosa, feliz.”
Nós também!
Esse é nosso obrigado aos tantos anfitriões que receberam os convidados do projeto com experiências e carinho!
Até breve.
Por Glenda Almeida / 14
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